Projeto de férias: máquina de arcade

Gabinete "Bartop"Se tudo sair como planejado (e isso é raro) entro em férias em pouco mais de duas semanas, pela primeira vez desde… caramba, desde 2001. É, eu sou louco mesmo, mas isso não vem ao caso (será?).

O que importa é que preciso de um projeto para me manter ocupado durante este período. Já tentei “projetos de verão” antes, mas a maioria foi por água abaixo por falta de tempo, e pela primeira vez este fator não vai estar contra mim. Então decidi tocar uma idéia que tenho na cabeça há MUITO tempo: montar minha própria máquina de arcade (ou, como chamavam na minha terra, “fliperama”). Não, não é essa da foto.

Cresci jogando estas máquinas. Meu jogo favorito até hoje é New Rally-X, mas nunca vou me esquecer da sensação de entrar num arcade e ouvir os sons de Galaga e Choplifter, torcer pelos amigos que jogavam Yie Ar Kung-Fu e me embasbacar com um gabinete “sit down” de Out Run. Ah, os bons tempos… qualquer PC furreba hoje em dia emula estes jogos com um pé nas costas (até meu Dingoo faz isto), mas a forma física da máquina é como um ícone daquela era. É uma forma de me conectar às sensações de um tempo que não volta mais (tá, vou parar, isso tá ficando filosófico demais).

Bom, mão na massa então. O primeiro passo é definir um objetivo (máquina de arcade) e como alcançá-lo (emulando os originais em um PC). O segundo é especificar o hardware do PC. Não é difícil: como disse, qualquer PC moderno emula os clássicos e mais alguns consoles domésticos de brinde, então não é preciso um micro super-poderoso. Acabei optando por uma solução de baixo custo e desempenho adequado.

A placa-mãe é uma IPXLP-MB da Gigabyte/PCWare, com um processador Intel Atom 330 dual-core rodando a 1.6 GHz. É uma placa-mãe completamente integrada, com vídeo, som, rede e tudo o mais on-board, e custou cerca de R$ 300. A ela juntei 1 GB de RAM DDR2, um HD SATA de 250 GB e uma fonte ATX genérica de 250 W reais.

O total ficou em um pouco menos de R$ 600. Poderia ter encontrado mais barato batendo perna na Sta. Ifigênia, mas preferi fazer tudo online, do conforto de minha cadeira, e usar a manhã de sábado que gastaria de loja em loja testando os componentes.

Eu exagerei na fonte (mas não achei uma ATX de potência menor) e no tamanho do HD (mas um de 160 GB é mais caro): um arcade doméstico pode facilmente rodar a partir de um cartão Compact Flash de 16 GB. Se você tiver um HD de 40 ou 80 GB sobrando no fundo do armário, melhor ainda (free parts!). Mas espaço em disco nunca é demais.

Ainda não achei um gabinete mini ITX com preço decente para abrigar tudo isso. Teoricamente eu não preciso de um gabinete, já que vou fazer um. Mas eu realmente gostaria de ter um lugar quentinho e seguro para abrigar a placa até lá. Posso perfeitamente montá-la em uma peça de MDF para os testes, mas tenho criança e gatos em casa, e ambos são curiosos. Melhor evitar acidentes.

Próximo passo: montar os componentes, definir um sistema operacional e fazer testes do software: emulador (MAME), frontend e os jogos em si para ver como é o desempenho. Aqui fica a dúvida: Windows ou Linux? O natural seria usar o Linux, mas há um frontend fantástico para o Windows chamado Hyperspin que me deixou de queixo caído. Infelizmente o desempenho dele em um Atom 270 single-core de 1.6 GHz deixou a desejar. Vamos ver como fica com a placa nova.

Não percam nos próximos posts a conclusão desta emocionante saga. Será que o Rigues vai conseguir, uma vez na vida, concluir um projeto? Ou vai desistir no meio do caminho e transformar o Atom em um servidor de arquivos pra casa? Respostas em breve.

6 thoughts on “Projeto de férias: máquina de arcade

  1. Vai postando que eu quero fazer uma dessas pros meus filhos quando sobrar grana…

    Espanta-me que você não tenha comentado muito sobre a parte de carpintaria & controles, que a meu ver é bem mais complicado que a parte de botar um mame+frontend rodando no linux. Eu não sei se vou ter gás pra carpintar meu próprio gabinete. Talvez simplesmente compre um gabinete usado, se achar barato. Controles estilo arcade, resistentes, também tão bem carinhos, pelo menos onde procurei…

    • Boiko,

      Não comentei sobre a parte de carpintaria porque ainda não cheguei lá :P. Quero primeiro ter o hardware básico rodando. Isso inclui MAME + Frontend e softs relacionados. Em seguida, parto pra construção dos controles. Por fim, junto tudo isso em um gabinete tradicional aproveitando um monitorzão CRT de 17 que tá parado em casa. Tempo estimado até completar? Não faço idéia, mas até o fim das férias quero ter a parte “PC com Mame, Frontend e controles” pronta.

  2. Torço para que finalize com sucesso a sua empreitada.

    Se bem que um ATOM com ION permitiria jogar até alguma coisa mais recente….

    • Cabelo, o MAME não tira proveito de GPU para a emulação, então não faria diferença. A maioria dos jogos que quero rodar é de PlayStation 1 pra baixo e esses o Atom tira de letra.

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