Exposição Star Wars

Passeio (um dos muitos) do fim de semana: uma visita à “Exposição Star Wars” no Ibirapuera, aqui em SP, com namorada e amigos. A entrada é salgada (R$ 30 adultos, R$ 15 crianças) mas vale a pena, especialmente para os fãs da saga. Entretanto já aviso que os fãs hardcore, aqueles que sabem até o nome de solteiro da mãe de cada envolvido na produção, vão se decepcionar, já que pra eles não há “novidade” suficiente.

Pontos altos: as roupas de Boba Fett, Chewbacca, Han Solo, Leia (do Episódio V) e Anakin (Episódios I, II e III), além de uma incrível maquete de um Imperial Star Destroyer e modelos em tamanho real de naves usadas nos Episódios VI (uma Speeder Bike), II (um Airspeeder) e III (o caça de Anakin na batalha de Coruscant).

Omissões imperdoáveis: nada, a não ser um storyboard, da Estrela da Morte, nem do Imperador Palpatine/Darth Sidious (fora o sabre de luz). Parece que ambos os “personagens” sequer fazem parte da história.

Coloquei uma galeria com 60 imagens no Flickr. Clique na amostra abaixo para visitar.

Exposição Star Wars Brasil

Mantendo seu nerd feliz

Uma amiga postou recentemente em seu blog um artigo chamado “coisas que nerds precisam para amar seu emprego“. É basicamente um guia sobre como manter seus nerds felizes e produtivos. Não pude deixar de pensar neste texto no primeiro dia do Novell Brainshare 2007, ao ver algumas das amenidades que a Novell providenciou para o conforto dos milhares de participantes.

Espalhadas por todo o evento estão barraquinhas como esta, com frutas (basicamente maçãs e bananas) frescas à vontade e gratuitas. Outros stands similares oferecem café (que no geral em Utah costuma ser intragável, mas no Brainshare é “bebível”), uma variedade de chás, refrigerantes, sucos e salgadinhos à vontade. Um gigantesco refeitório serve milhares de refeições no café da manhã e almoço diariamente. E, se o visitante quiser dar um tempo entre as palestras técnicas, ainda há as opções de entretenimento.

Em um canto do pavilhão há três mesas de sinuca, uma pequena LAN House (com várias pessoas disputando animadas partidas de jogos de tiro e World of Warcraft), um mini-cinema com filmes como Cassino Royale e Piratas do Caribe 2 e cadeiras de massagem, para aliviar o stress. Além disso, uma lojinha vende todo o tipo de bugigangas que os nerds adoram, de camisetas e xícaras de café gigantes a chaveirinhos detectores de Wi-Fi, tudo devidamente adornado com o logo da Novell. Para completar, a empresa providenciou um show com a banda Goo Goo Dolls na quarta-feira, para animar os participantes. A conexão à internet é garantida e gratuita, com uma rede wi-fi de alta velocidade que cobre todo o pavilhão.

A Renata estava certa. Os nerds daqui me parecem bastante contentes.

Terceiro Dia – Gumi Complex

Post atrasado, mas antes tarde do que nunca. Na quinta-feira tínhamos programada uma visita à fábrica da Samsung no complexo industrial de Gumi, a cerca de 350 Km de Seoul. O primeiro passo era chegar lá, e o meio mais rápido é o trem. Mas não um trem comum, um trem bala. Para ser mais preciso um KTX, a versão coreana do TGV francês. A viagem até a estação de Daegu, próxima a Seoul, demorou cerca de 2 horas, e a velocidade máxima atingida durante o trajeto foi de 300 Km/h nas retas. Em teoria, o trem chega até aos 350 Km/h. Chegando a Daegu, pausa para o almoço em um restaurante típico coreano. De barriga cheia, todos para o ônibus, mais meia hora de Daegu a Gumi.

Infelizmente, fotos são proibidas dentro da fábrica da Samsung. Na verdade fábricas, já que são duas, onde trabalham cerca de 12 mil funcionários. A fábrica 1 produz equipamento de telecomunicações, discos rígidos e sistemas para a indústria de defesa, e a 2, que visitamos, produz telefones celulares. 6 mil dos funcionários moram em dormitórios da Samsung, e tem acesso a benefícios como academia, cinema, convênios com universidades, planos de saúde, uma cafeteria gigantesca, etc.Uma curiosidade é que apenas funcionários solteiros podem residir nos dormitórios. Se pintar uma relação, o casal é remanejado de modo a não trabalhar no mesmo prédio/andar/linha de montagem. Se houver casamento, eles terão que achar um apartamento só para eles.

Voltando à fábrica, a montagem de um telefone celular é dividida em dois passos: a produção das placas de circuito (PCB), e a montagem do aparelho em si. A primeira é feita em uma linha altamente automatizada, com quase 90% do processo na mão de máquinas. Humanos (sempre mulheres) apenas supervisionam o funcionamento dos equipamentos. O processo começa com a inserção da placa de circuito, vazia, em uma máquina, que aplica a pasta de solda. Em seguida, a placa passa por várias outras máquinas, que inserem os componentes, de chips a resistores SMD minúsculos. Os componentes entram na máquina em “rolos”, e são literalmente “grampeados” nas placas em alta velocidade, algumas máquinas são capazes de colocar 14 chips por segundo. Depois, a placa vai para uma máquina que faz o “refluxo”, ou seja, derrete a pasta de solda, prendendo os componentes definitivamente no lugar.

Daí a placa segue para uma indústria terceirizada, que insire placa, teclado e tela LCD na parte da frente do gabinete. Esse “meio” telefone volta para a fábrica 2, onde mulheres em uma outra linha de montagem colocam botões, conectores e afins. Depois, os aparelhos recebem uma bateria e entram em uma série de testes, de LCD, chamada, Bluetooth, IMEI (identificador único de cada aparelho) e câmera. Os telefones aprovados são empacotados e vão para o estoque. Os rejeitados vão para um centro de diagnóstico e reparos, e voltam para a linha de montagem até estarem OK para comercialização.

Aqui a quinta termina. Pegamos o ônibus de volta para Gumi, uma viagem de três horas e meia por estradas muito boas e bem sinalizadas, apesar de bastante movimentadas, especialmente nas proximidades de Seoul. Foi o último dia de visita oficial à Coréia, sendo a sexta-feira reservada para um City Tour.

Segundo dia – HomeVita, Design e Telefonia

O segundo dia do tour oficial começou com uma visita ao showroom do sistema HomeVita, solução de automação doméstica da Samsung, que integra a a tradicional operação remota de eletrodomésticos a uma rede de distribuição de áudio e vídeo, sistema de segurança, controle ambiental e monitoramento da saúde dos moradores, tudo em um único pacote que pode ser operado via TV, Internet, celular ou através de “tablets” espalhados pela casa. Resumindo, é a casa do futuro.

Entre os recursos de destaque estão um sistema de segurança, que pode registrar todas as visitas à casa quando a família estiver ausente e avisar o proprietário pelo celular, um sistema de controle ambiental, que monitora constantemente a temperatura e níveis de CO2, oxigênio e umidade na casa, mantendo-os dentro dos limites para um ambiente confortável, um sistema de redistribuição de vídeo, capaz de enviar um filme em DVD do player da sala para a TV do quarto, por exemplo, uma infraestrutura de serviços, que permite que você faça compras ou solicite serviços em lojas das proximidades sem sair de casa, e um sistema médico, capaz de medir através de exames de sangue, urina e indicadores como peso e percentual de gordura no corpo a saúde dos moradores e comunicar estas informações automaticamente ao médico da família.

Segundo representantes da Samsung, 70% dos novos apartamentos (casas são raras por aqui) na Coréia do Sul usam algum sistema de automação doméstica, seja o HomeVita ou um produto de alguma das muitas outras empresas que atuam no setor. Para a Samsung, os principais mercados são os EUA, China e Emirados Árabes, com 25 mil apartamentos já equipados com esta tecnologia e 35 mil ainda em construção. O preço é salgado, cerca de 20 mil dólares, incluindo os eletrodomésticos “inteligentes” que, claro, devem ser todos da Samsung.

Após um almoço chinês tradicional seguimos para o Design Center da Samsung no centro de Seoul. Em 1996 o presidente da empresa determinou que o design seria fator crucial no mercado nos próximos anos, e uma das principais áreas de investimento. Dez anos e mais de 100 prêmios de desing depois, a Samsung emprega 600 designers em sete centros especializados espalhados pelo mundo, que se empenham em projetar não só o visual dos novos produtos como também as interfaces com o usuário, sejam de hardware ou software, e a chamada “experiência”, ou seja, como o usuário se sente em relação ao produto e como este afeta seu dia-a-dia. Eles trabalham duro: algumas linhas de produtos, como celulares e MP3 player, tem no design seu ponto forte, e precisam ser renovadas a cada seis meses, em média.

Terminamos o dia conversando com a equipe responsável pela divisão de telefonia celular para a América Latina. A Samsug já é a terceira colocada neste mercado, atrás de Nokia e Motorola. Infelizmente, a maioria das perguntas dos jornalistas sobre mercado, tendências e estratégias foi respondida com um “isto é confidencial”. Conhecemos a nova linha de celulares “Ultra”, aparelhos finíssimos em três modelos: Candybar (com 6,9 milímetros de espessura), Flip (com 9,9 milímetros) e Slider (com 12,9 milímetros). Todos equipados com câmeras fotográficas (1.3 megapixels no Candybar, 2 megapixels nos outros), MP3 players, Bluetooth e muitos outros recursos. Há versões CDMA (exclusivas para o mercado coreano, que também tem DMB) e GSM, para o mercado global. Para finalizar, fizemos uma visita ao AnyCall Studio, showroom de telefonia móvel da Samsung, onde pudemos ver os Ultra em ação, além de outros produtos como celulares com câmeras fotográficas de 10 megapixels (apelidado de “a câmera com telefone” por nós, devido ao tamanho), aparelhos para games (como jogos em 3D com qualidade gráfica similar à do Playstation original), aparelhos para multimídia com mixers e efeitos para brincar com suas MP3 e outros.

Primeiro dia – Suwon Complex

A agenda deste segundo dia na Coréia (e primeiro do tour oficial) girou ao redor da visita ao centro de pesquisa e desenvolvimento da Samsung em Suwon, cidade a cerca de uma hora e meia de distância (de carro) de Seoul. Começamos com uma visita ao museu da empresa, com um acervo que remonta aos primeiros rádios transistorizados produzidos em 1969 e inclui todos os destaques desde então, como a primeira TV preto e branco da Samsung, a primeira TV a cores, o primeiro forno de microondas, o primeiro computador (um micro CP-M de 8 Bits), wafers com os principais destaques no campo de semicondutores, como os recém lançados chips de DRAM de 16 Gb, e muito mais. Infelizmente, a Samsung proíbe as fotos no interior da maioria dos seus prédios, portanto não tenho muito o que mostrar.

Após o tour, seguimos para o prédio que abriga o setor de pesquisa e desenvolvimento da divisão Digital Media Business, que engloba de TVs e Monitores a impressoras, players Blu-ray e MP3 Players. A construção mostra o quanto a Samsung investe em pesquisa e desenvolvimento: inaugurado a menos de um ano, ele está localizado no mesmo complexo onde a empresa nasceu e abriga nada menos que 9 mil engenheiros. Na visita ao showroom inicial, fica evidente que as TVs são a menina dos olhos da empresa: afinal de contas, a Samsung é a número 1 em Market Share Global em TVs a cores, e produz modelos baseados nas três principais tecnologias do mercado: Plasma, DLP (retroprojeção) e LCD. Os tamanhos vão desde 19 polegadas nos modelos LCD a 80 polegadas nos modelos de plasma, embora a Samsung já tenha mostrado uma prova de conceito com uma tela de plasma de 102 polegadas.

Falando em TV, uma categoria de produto que parece ser muito popular por aqui mas que não existe no resto do mundo são os DMB Players. DMB significa Digital Media Broadcast, e grosso modo é transmissão de TV digital para dispositivos móveis. Todos os canais de TV aberta de Seoul também transmitem em DMB, e há MP3 Players, celulares e notebooks equipados com sintonizadores e uma pequena antena (parecida com as antenas dos radinhos de pilha) para captar estas transmissões. Os DMB Players tem geralmente telas entre 6 e 9 polegadas, e se parecem com as TVs portáteis que temos no Brasil. Além de TV, também podem agrupar funções como MP3 Player ou Media Player.

Durante a tarde, fiz uma visita à divisão de Home Appliances da Samsung. Eles não são muito comuns no Brasil, mas por aqui a empresa também produz geladeiras, lavadoras de roupa, aspiradores de pó e outros eletrodomésticos, sob as marcas Hauzen e Zipel. Entre os destaques há geladeiras com quatro sistemas de refrigeração independentes para conservar melhor alimentos que precisam de mais ou menos frio (como verduras), as lavadoras de roupa equipadas com o sistema SilverNano, que através da liberação de íons de prata na água prometem eliminar bactérias e odores desagradáveis da roupa, e um aspirador de pó robotizado, capaz de usar sensores para mapear e limpar a sala, e até se recarregar, sozinho, sem supervisão humana. Um dos maiores empecilhos para a chegada destes produtos ao Brasil são as altas taxas de importação, que impedem que eles atinjam um preço competitivo. A solução seria a abertura de uma fábrica no país, como já acontece com monitores, discos rígidos e impressoras, mas isso ainda não deve acontecer por um tempo.

PCMag Brasil chega à Coréia

Quando me disseram que a PCMag Brasil ainda iria longe, nunca pensei que fosse tanto. Junto com outros sete jornalistas da América Latina estou em Seoul, capital da Coréia do Sul, a convite da Samsung para conhecer melhor a estrutura e funcionamento da empresa e seus produtos. Passarei uma semana visitando fábricas, centros de design, showrooms e conversando com executivos das mais diversas áreas e posições. Apesar da agenda extremamente apertada e do Jet Lag, vou tentar fazer o melhor possível para contar a vocês um pouco do que está acontecendo por aqui. Fiquem ligados!